O Novo Urbanismo*

O rápido crescimento económico e populacional das cidades transformou os espaços urbanos e alterou a vida citadina de modo quase caótico. Os primeiros problemas foram: a falta de espaço e de habitação. Desenvolveu-se por isso a construção em altura, substituindo as velhas mansões familiares da burguesia por prédios de rendimento. As classes mais pobres e as recém-chegadas ocuparam os subúrbios ou arredores da cidade, onde os bairros novos se desenvolveram devido à proximidade das fábricas ou centrais de transporte (ferroviário ou rodoviário). Erguidos à pressa, os novos bairros refletiam todas as carências:
  •          Deficiente construção em série, descaracterizada e monótona;
  •        Sem conforto nem estética;
  •          Ruas sem pavimento, lamacentas e imundas;
  •          Ausência de esgotos, saneamento e iluminação pública.

 Aos problemas com a habitação vieram somar-se os problemas de circulação de, para e dentro da cidade. Com efeito, o alargamento do espaço urbano impôs e desenvolveu os transportes públicos.
 A aglomeração populacional nas cidades levou, também, a problemas de abastecimento como:
- de bens alimentares, cuja distribuição passou a ser feita através de grande mercados centrais;
- de água, cujo alto consumo exigiu novos sistemas de captação, tratamento e distribuição;
- de combustíveis, como o carvão, o gás e o petróleo, usados na iluminação e aquecimento.


Mas a sobrelotação citadina trouxe, principalmente, problemas de saneamento e de saúde pública, assim como, problemas sociais e psicológicos causados pelas más condições de vida e miséria. Estes problemas fizeram nascer nas cidades, pelos finais do séc.XIX, uma nova disciplina social- o urbanismo-, cujo objetivo era a organização planeada da área habitável das cidades, de modo a resolver, de forma eficaz e agradável, os problemas gerados.
Foram norteadas assim as primeiras grandes reparações de renovação urbana, sobretudo nos bairros centrais:
  • Novas vias e grandes praças;
  • Fundamentos do saneamento urbano;
  • As ruas foram pavimentadas e possuíam iluminação (primeiramente, a gás e depois a eletricidade);
  • Grandes edifícios em pedra.












O centro urbano tornou-se, então, no espaço exclusivo do poder económico e político.
Os bairros operários foram, sem dúvida, os mais carenciados: erguidos nas zonas industriais, envoltos no fumo das fábricas; possuíam habitações pequenas, mal divididas e insalubres.